“Você deve estar sonhando nesse momento.
Imersa num sono profundo, e eu acordado. Desperto e procurando uma forma de pegar tua mão e olhar no fundo dos teus olhos.
Ser recíproco a cada sorriso, gesto de carinho e piada engraçada. E me identificar com cada história que me contará.
Você está na calmaria de seu repouso.
Mas adoraria que estivesse acordada e diante de mim.
Seria ótimo se estivéssemos aconchegados no tapete da sala de estar, dividindo uma garrafa de vinho e transitando por assuntos aleatórios.
Sem sabermos ao certo que horas seriam, e por quanto tempo estaríamos rindo de tudo aquilo.
Você, sutilmente, pararia de rir.
Porém, o sorriso se manteria assim que você olhasse para a Lua que apareceria na janela. E em seguida, para mim.
Te olharia profundamente e você retribuiria da mesma forma. Nós colocaríamos as taças de vinho sobre a mesa de centro, nos aproximaríamos e perceberíamos os detalhes em cada um pelo toque das mãos.
Você fecharia os olhos e eu te beijaria intensamente.
Meu abraço te envolveria cada vez mais, e teu respirar ofegante bastava para querer mais. Embriagados naquele momento único, nos despiríamos de roupa e receio. Nos conectaríamos a cada toque, cada beijo e cada movimento profundo. Seu êxtase alimentaria o meu êxtase em lhe dar prazer. Duas estrelas humanas que se explodiriam no ápice no momento.
Você acordaria em meus braços, enquanto a manhã nos iluminasse.
Nos olharíamos em silêncio, mas com a graça no olhar e no sorriso. Nos beijaríamos celebrando aquela aurora e nossa gostosa indisposição. Nos amaríamos de novo para garantir que tudo aquilo era real e lindo.
Você deve estar sonhando nesse exato momento.
E eu desejando apenas que você acorde e venha para mim.”
(Mael Júlia)
Imagem: Pixabay
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